Quais as formas de transmissão do virus HIV?
As principais formas de transmissão do HIV são: sexual, por
relações homo e heterossexuais; sanguínea, em receptores de sangue ou
hemoderivados e em UDIV; e perinatal, abrangendo a transmissão da mãe para o
filho durante a gestação, parto ou por aleitamento materno. Além destas formas
mais frequentes há também a transmissão ocupacional, por acidente de trabalho
em profissionais da área da saúde que sofrem ferimentos perfuro cortantes
contaminados com sangue de pacientes com infecção pelo HIV e, finalmente, há
oito casos descritos na literatura de transmissão intradomiciliar nos quais não
houve contato sexual nem exposição sanguínea pelas vias classicamente
descritas.
A principal forma de exposição no mundo todo é a sexual, sendo que a
transmissão heterossexual através de relações sem o uso de preservativo é
considerada, pela OMS, como a mais frequente do ponto de vista global. Na
África sub-Sahariana é a principal forma de transmissão. Nos países
desenvolvidos a exposição ao HIV por relações homossexuais ainda é a
responsável pelo maior número de casos, embora as relações heterossexuais
estejam aumentando de importância na dinâmica da epidemia. Os fatores que
aumentam o risco de transmissão do HIV numa relação heterossexual são: alta
viremia ou imunodeficiência avançada; relação anal receptiva; relação sexual
durante a menstruação; e concomitância de doenças sexualmente transmitidas,
principalmente das ulcerativas. Sabe-se hoje que as úlceras resultantes de
infecções como cancróide, sífilis, e herpes simples amplificam a transmissão do
HIV.
A transmissão sanguínea associada ao uso de drogas IV é um meio muito
eficaz de transmissão do HIV devido ao uso compartilhado de seringas e agulhas.
Esta forma tem importância crescente em várias partes do mundo, como na Ásia,
América Latina e no Caribe. Nos países industrializados também tem sido
crescente a transmissão pelo uso de drogas IV, sendo que em alguns países como
na Espanha já é a primeira causa de exposição ao HIV. A transmissão através da
transfusão de sangue e derivados tem apresentado importância decrescente nos
países industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle da
qualidade do sangue utilizado, como é o caso do Brasil. A utilização de
seringas e agulhas não descartáveis e não esterilizadas foi responsável por
muitos casos no mundo todo, sendo que o episódio mais dramático ocorreu na
Romênla, causando verdadeira epidemia de AIDS pediátrica.
A transmissão
perinatal, decorrente da exposição da criança durante a gestação, parto ou
aleitamento materno vem aumentando devido à maior transmissão heterossexual. Na
África são encontradas as maiores taxas desta forma de infecção pelo HIV, de 30
a 40%, enquanto em outras partes do mundo, como na América do Norte e Europa se
situam em tomo de 15 a 29%. Os motivos desta diferença devem-se ao fato de que
naquele continente a transmissão heterossexual é mais intensa e também ao
aleitamento materno, muito mais frequente do que nos países industrializados.
A
transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde sofrem
ferimentos perfuro cortantes contaminados com sangue de pacientes soropositivos
para o HIV. Estima-se que o risco de contrair o HIV após uma exposição
percutânea a sangue contaminado seja de aproximadamente O,3%. Os fatores de
risco já identificados como favorecedores deste tipo de contaminação são: a
profundidade e extensão do ferimento a presença de sangue contaminante visível
no instrumento que produziu o ferimento o procedimento que resultou na
exposição envolver agulha colocada diretamente na veia ou artéria de paciente
HIV+; e, finalmente, a paciente fonte da infecção ser terminal. O uso da
zidovudina após a exposição aparentemente reduz a chance de transmissão do HIV.
Nos casos intradomiciliares relatados, a transmissão foi atribuída, em seis
pacientes, ao contato com sangue da paciente fonte. Em um caso a contaminação
se deu após contato repetido com excretas e em um caso não foi estabelecida a
via de infecção. A possibilidade deste tipo de transmissão implica na
orientação rigorosa dos contatantes intradomiciliares quanto aos cuidados e
precauções necessários no manuseio adequado de materiais contaminados com
sangue, secreções e excretas e também quanto ao descarte de materiais perfuro
cortantes em recipientes rígidos, além da necessidade de manutenção de hábitos
de higiene.
Fonte: www.aids.gov.b / @jeangoncalves

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