Qual a relação do CD4 com o quadro clínico do portador do vírus HIV? Entenda porque é importante manter o CD4 elevado e estável!
A
contagem de células CD4+ em sangue periférico tem implicações prognosticas na
evolução da infecção pelo HIV pois é a marca registrada de déficit imunológico
e se associa a certos parâmetros clínicos. É a medida de imunocompetência celular
mais útil clinicamente no acompanhamento de pacientes infectados pelo HIV e a
mais amplamente aceita embora não seja a única. De maneira didática pode-se
dividir a contagem de células CD4+ em sangue periférico em quatro faixas:
CD4+
> 500 CélS/MM3: Estágio da infecção pelo HIV com baixo risco de doença. Há
boa resposta às imunizações de rotina e boa confiabilidade nos testes cutâneos
de hipersensibilidade tardia como o PPD. Casos de infecção aguda podem ter
estes níveis de CD4, embora de modo geral esses pacientes tenham níveis mais
baixos.
CD4+
entre 200 e 500 CélS/MM3: Estágio caracterizado por surgimento de sinais e
sintomas menores ou alterações constitucionais. Risco moderado de
desenvolvimento de doenças oportunistas. Nesta fase podem aparecer candidíase
oral, herpes simples recorrente, herpes zoster, tuberculose, leucoplasia
pilosa, pneumonia bacteriana.
CD4+
entre 50 e 200 CélS/MM3: Estágio com alta probabilidade de surgimento de
doenças oportunistas como pneumocistose, toxoplasmose de SNC, neurocriptococose,
histoplasmose, citomegalovirose localizada. Beneficiam-se de profilaxia
antibiótica para Pneumocystis carinii. Risco de progressão para AIDS é de 3 I %
em um ano, 54% em dois anos e 87% em três anos de acordo com Kaplan e cols.
Está associado à síndrome consumptiva, leucoencefalopatia multifocal
progressiva, candidíase esofagiana, etc.
CD4+
< 50 CélS/MM3: - Estágio com grave comprometimento de resposta imunitária.
Alto risco de surgimento de doenças oportunistas como citomegalovirose disseminada,
sarcoma de Kaposi, linfoma nãoHodgkin e infecção por microbactérias do complexo
Avium-Intracellulare. Alto risco de vida com baixa sobrevida. Beneficia-se de
profilaxia para mico bacteriose, além das indicadas para as faixas anteriores
de CD4+.
Estes
valores levam em conta apenas a avaliação quantitativa de população
linfocitária. Alterações qualitativas na função dos linfócitos podem permitir o
surgimento de condições oportunistas em pacientes com níveis diferentes de CD4.
Em crianças a contagem de CD4 tem níveis diferentes de interpretação.
Quando
não há disponibilidade de quantificação da carga viral pode-se basear na
contagem de células CD4+ para iniciar ou alterar terapêutica antirretroviral.
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