Antirretroviral: EFEITOS COLATERAIS
Como os medicamentos precisam ser muito fortes para impedir a multiplicação do HIV no organismo, podem causar alguns efeitos colaterais desagradáveis.
Entre os mais frequentes, encontram-se: diarreia, vômitos, náuseas, manchas avermelhadas pelo corpo (chamadas pelos médicos de rash cutâneo), agitação, insônia e sonhos vívidos. Há pessoas que não sentem mal-estar. Isso pode estar relacionado com características pessoais, estilo e hábitos de vida, mas não significa que o tratamento não está dando certo.
Alguns desses sintomas ocorrem no início do tratamento e tendem a desaparecer em poucos dias ou semanas. É importante saber que existem diversas alternativas para melhorá-los. Por isso, é recomendável que o soropositivo procure o serviço de saúde em que faz o acompanhamento, para que possa receber o atendimento adequado. Nesses casos, não recomenda-se a automedicação (pode piorar o mal-estar) nem o abandono do tratamento (causando a resistência do vírus ao remédio).
Além dos efeitos colaterais temporários descritos acima, os pacientes podem sofrer com alterações que ocorrem a longo prazo, resultantes da ação do HIV, somados aos efeitos tóxicos provocados pelos medicamentos. Os coquetéis antiaids podem causar danos aos rins, fígado, ossos, estômago e intestino, neuropsiquiátricas. Além disso, podem modificar o metabolismo, provocando lipodistrofia (mudança na distribuição de gordura pelo corpo), diabetes, entre outras doenças.
Ritonavir, Saquinavir e degeneração neuronal
Os medicamentos antirretrovirais têm representado uma mudança de vida para pacientes com HIV, mas podem ter efeitos colaterais significativos. Cada vez mais vidências têm relacionado estes medicamentos à distúrbios neuro cognitivos associados ao HIV, que podem se manifestar com esquecimento, confusão e mudanças comportamentais e motoras. Contudo, ainda não havia uma explicação clara sobre como estes fármacos influenciam o cérebro. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia já localizaram alguns dos principais causadores de danos neuronais. Seu estudo sugere que alguns inibidores da protease, dentre os medicamentos mais eficazes contra o HIV, levam à produção de peptídeos beta amiloides, frequentemente associados à doença de Alzheimer. Os medicamentos induzem a um aumento nos níveis da enzima que cliva a proteína precursora de amiloide (PPA), para produzir beta amiloide, que é responsável pelos danos aos neurônios. “Os inibidores de protease são terapias antivirais muito eficazes, mas têm toxicidade inerente” Notadamente, a inibição dessa enzima, chamada BACE1, protegeu as células cerebrais humanas e de roedores contra danos, sugerindo que o tratamento desta via com um novo fármaco poderia minimizar danos aos neurônios em pacientes sob terapias antirretrovirais. “Os inibidores de protease são terapias antivirais muito eficazes, mas têm toxicidade...
Fonte: jovemsoropositivo.com - Por Jean Goncalves - 24/08/17 - 22h55
Comentários
Postar um comentário