GUIDO BRUNINI - HOMENAGEADO DA SEMANA VITIMA DO VÍRUS HIV/AIDS

Farei semanalmente postagens, homenageando histórias de pessoas guerreiras, sendo elas populares e/ou anonimatos, diagnosticados com o vírus HIV/AIDS, e que, em consequência desta enfermidade, partiu, deixando saudade eterna. 

Guido Brunini (PiúmaEspírito Santo1 de junho de 1963 - Rio de Janeiro1995) foi um ator e cantor brasileiro. Participou de uma única novela, "Bambolê", em 1987 pela rede globo de televisão.
Diagnosticado como soropositivo aos 24 anos, Guido Brunini não descansou enquanto não conseguiu gravar seu primeiro CD. Saiu da gravação direto para o hospital. Durante o show de lançamento, já estava muito doente, mas arranjava forças. “Ele saía do palco e a febre vinha. Saía arrasado, mas na hora de cantar conseguia superar tudo.” – conta a mãe, Liana Brunini.
Omitiu a doença com receio de que a gravadora deixasse de investir em sua iniciante carreira de cantor.

Estava certo. Pronto no master, o CD Guido Brunini nunca foi lançado comercialmente pela PolyGram
“Liguei para lá, chorei, pedi, mas só consegui que fizessem mil discos, que comprei e vendi para amigos.” – conta Liana, a mãe do artista.
Guido Brunini faleceu em 1995, aos 32 anos, no Rio de Janeiro, tendo como médica e amiga confidencial, a grande médica infectologista Dra. Marcia Rachid, atualmente militante da causa HIV/AIDS na ONG Pela VIdda-RJ.
Em sua homenagem, a cidade de Piúma, no Espírito Santo, tem uma avenida com o seu nome '' Av. Guido Brunini''.

Ontem enquanto paginava o meu facebook, me deparei com esta linda mensagem, por sinal uma das varias escritas na pagina da  Dra. Marcia Rachid, e não contive as lagrimas... O que me fez refletir e abrir o espaço aqui no blog para homenagear estes lindos GUERREIROS!

“Vontade de te abraçar”
(Marcia Rachid)


Estava no consultório quando uma amiga telefonou convidando para ir com ela ver um show. Era perto e topei quando me contou que era uma pessoa que superara um recente quadro de pneumonia e estava gravando um CD. Pensei: “Claro que vou, adoro ver a garra desses meninos. Uma lição de vida atrás da outra”.

Chegamos lá e faltava pouco para começar. Sentamos perto do palco. Amei as músicas, a voz, seu rosto, seus olhos, sua expressão, seu jeito de cantar, seu carisma... Amor à primeira vista! Fiquei impressionada com sua beleza, que se misturava com a doçura da voz. Os olhos azuis brilhavam e tinham o poder de atrair. Ficamos aguardando terminar para cumprimenta-lo. Muito lindo! Em todos os sentidos. Agradável, simpático, gentil. Pronto! Não desgrudamos mais! Marcamos outros encontros. Motivo? Nenhum. A gente inventava. Apareceu um dia em minha residência com uma foto, abraçado com o violão, olhar penetrante, lindo, combinando com o pôr do sol e o Morro Dois Irmãos ao fundo. Na dedicatória, datada de junho de 1994, desejava “todo amor do mundo pra criaturinha que amei de paixão”. Coincidência? Não existe! Tinha dito que foi “amor à primeira vista” e, por sorte, era recíproco! 


Quando escuto sua voz cantando, parece um grito sufocado da alma jovem que partiu tão cedo: “escuto meu coração bater apressado e urgente... de vontade de viver sem medo e sem pensar no passado e no presente”.



Foi muito complicado acompanhar seu sofrimento até sua partida. Tanta dor, talvez um pouco amenizada pelo amor incondicional de sua mãe, que nunca o deixava. Vi muitas famílias assim ao longo dos anos, mas era incrível perceber o tamanho da paixão e da admiração que transbordavam por seu filho em cada gesto, cada olhar, cada toque. 

Foram muitas internações e, mesmo exausta, não saía de perto do filho. Quando já não adiantava ser mantido no hospital, alugou um leito hospitalar e o manteve em casa com todos os cuidados e muito amor. 

Não era sua médica, mas o visitava pelo nosso forte vínculo afetivo. Já gostava demais de sua mãe também. Aos domingos, sempre que possível, costumava ficar com eles durante as tardes. Não conseguia falar e mal sabia quem estava ali. Algumas pessoas os visitavam, mas poucos suportam enfrentar essas cenas difíceis. A solidariedade é importante exatamente nesses momentos de dor, contudo muitos se afastam. É ruim perceber isso, mas é real e acontece. Compartilhar lágrimas não é para qualquer um.

Conversei com sua mãe e perguntei se poderia citar o nome de seu amado filho, Guido Brunini, ator e cantor, e também guerreiro, batalhador e vencedor, pois nunca desistiu da luta. 
Faz tempo que aprendi que nem sempre ganhamos a guerra, mas vencemos todas as vezes que não abandonamos a caminhada e nem deixamos pessoas para trás.


Acervo de Guido Brunini:

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Guido_Brunini  -  @jeangoncalves


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